Este Programa é de que século?

Torna-se cada vez mais óbvio que o Programa de Geografia A (que data de 2001) necessita de ser revisto e reinterpretado, de uma ponta a outra.

Há muitos dados, conceitos e acontecimentos que marcaram, decisivamente, os últimos 20 anos, e que, por isso, que estão fora do Programa, mas que têm de ser, necessariamente, abordados, referidos, recordados ou utilizados no âmbito desta disciplina (para não falar da disciplina de Geografia C): diversos dados demográficos (Censos 2001, 2011 e 2021), dados das atividades económicas, o 11 de setembro de 2001, a Crise Financeira Mundial de 2008, Covid-19, "Brexit", a guerra comercial EUA-China, as redes sociais (Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagram, Pinterest, Linked In, TikTok...), os novos formatos das TIC (tablets, smartphones, MP3, MP4, 5G...), as plataformas de vídeo-conferência (Skype, Teams, Zoom...), entre outros aspetos.

Outras matérias deverão ser, necessariamente aliviadas, como a exaustiva listagem de programas europeus, alguns já desaparecidos ou reorganizados (FEDER, LEADER...).

Há, também, conceitos que eram já obsoletos e incompreensíveis quando o Programa foi apresentado e que causam perplexidade por continuarem listados nas Aprendizagens Essenciais (que são de 2018), como CBD / Baixa e (posteriormente, o programa) POLIS.

Deste modo, a opção ideal será o Professor de Geografia A ser muito pragmático com a gestão destas matérias:

. acompanhar a evolução dos tempos e utilizar, sempre que possível, dados mais recentes e pesquisados por si, em detrimento ou complemento dos do manual adotado na sua Escola;

. acompanhar com muita atenção os mais recentes enunciados dos Exames Finais Nacionais nestas matérias;

. referir os conceitos "obsoletos", de forma sintética, devidamente contextualizada e muito pragmática, para acautelar o seu aparecimento num enunciado;

. ter também como referencial o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

Fica a sugestão! Venham lá esses comentários!

MIGUEL COELHO